Ana Lídia Oliveira Comunicadora Social Audiovisual . “Moscati, o Doutor que virou Santo” é, certamente, uma obra belíssima, porque instigante e despretensiosa. Baseado na real história do italiano Giuseppe Moscati (1880-1927), médico de Nápoles, professor universitário e pesquisador, o drama católico vai além das fronteiras de uma formação religiosa. Ele entretém e, no decorrer do desenlace, comove e inspira nossa missão enquanto cristãos atuantes em sociedade. . . Desde cedo, responsável e obstinado, Giuseppe tornou-se um médico aos poucos respeitado, e também diferente de todos os outros, pois concentrava todo o seu amor no ser humano. “Não é a ciência, mas a caridade é que transformará o mundo”, ele afirmava. Pelas pessoas, ele se dedicava incondicionalmente, em um amor íntegro: “Quero dar toda a minha força, me dar por inteiro”. . . Os cerca de 200 minutos de filme mostram um homem imerso em seu trabalho. Um santo, mas um santo na profissão. Um médico que fez escolhas durante toda a vida, empregou seu talento em uma obra de Deus, causando revolução por onde passava; que criou laços e foi, tantas vezes, perseguido por aqueles que não acreditavam em seu projeto. . . Ele abriu mão da noiva (linda e rica), da ambição de crescimento profissional (quando deixou passar a oportunidade de se tornar professor universitário), se desfez das lembranças materiais (os bens deixados pelos pais), perdeu a própria saúde. Tudo em prol da fé, e da certeza de que Jesus se revela aos mais necessitados. “Hoje descobri uma coisa: que Jesus vive nos enfermos”, disse. . . Com uma trajetória repleta de percalços, mas também realizações, Moscati encontrou seguidores e revelou a eles o conhecimento que vinha do seu coração: “Não devemos considerar a dor como um espasmo físico. É um irmão pedindo ajuda, devemos ajudá-lo com amor. E, depois, perceberá que pode acalmar a dor com gestos, com conselho, com palavras, com um abraço, não só com uma simples prescrição”, definiu o doutor, que via os pacientes como irmãos que dele esperavam não somente o alívio do corpo, mas também o incentivo espiritual. . . Roteiro bem construído, cenas bem elaboradas, trilha emocionante e demais aspectos técnicos impecáveis fazem de “Moscati, o Doutor que virou Santo” um filme para ser destrinchado visualmente e em tantas lições de vida. A principal delas, para nós cristãos, é a de que ser santo não é algo inalcançável ou reservado a freiras, padres e eremitas de séculos atrás. Também, nos dias de hoje, é possível ser santo. No exercício de uma profissão de grande relevo, pode o cristão santificar-se, tornando-se herói de virtudes. . . Por meio da busca incessante da vontade de Deus, da luta contra o pecado e, acima de tudo, do amor, é possível ficar cada vez mais próximo da perfeição aos olhos do Pai. Por imensa humildade e compaixão, Moscati será para sempre lembrado. . . Beatificado por Paulo VI em 16/11/1975, foi canonizado em 25/10/1987, por ocasião do Sínodo Mundial dos Bispos referente aos Leigos. . . Dia 12 de novembro, você poderá usufruir, no Cineteatro Afipe, desse momento único de reflexão e emoção. (Duração: 200 minutos) .